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Diga Não às Drogas

“Existem apenas duas indústrias que chamam
seus clientes de“ usuários ”: drogas ilegais e software.”
Edward Tufte, O Dilema das Redes


Essa frase diz respeito às características viciantes que as redes sociais têm em seu design e funcionamento, como descreve o Edward Tuffle, designer ético e um dos fundadores do Center for Humane Technology. Nisso olhemos para o contexto brasileiro, onde o cidadão passa em média 10 horas diárias conectado à internet, como divulga o estudo anual da agência We are Social com a Hootsuit, o Digital Report 2021. Dessas 10 horas, 3 horas e 42 minutos são de uso das redes sociais, nas quais o uso excessivo pode gerar diversos efeitos colaterais à saúde física e psicológica do usuário.

Ao denotar as redes sociais como drogas nocivas à saúde, em consideração da Lei 9294, que regulamenta e restringe propaganda de produtos fumígeros e outros produtos danosos à saúde, em especial o Artigo 3º, que exige cláusulas de advertência claras nas embalagens sobre os efeitos colaterais, nasce um projeto gráfico.

O projeto “Diga não às drogas” é um exercício de imaginação um cenário onde as redes sociais são compelidas à divulgarem os danos à saúde. Inspirado nas advertências de cigarro, 5 colagens digitais foram geradas, baseadas numa compilação de efeitos negativos pontuados pelo Center For Humane Tecnology em seu Ledger of Harms ou Livro de Danos. O objetivo desse projeto é dar visibilidade à esses problemas e criticar, não somente o uso em si, mas a falta de transparência por parte das empresas de tecnologia. Há uma necessidade de projetar plataformas mais éticas, que se preocupem com os interesses dos usuários sobre do lucro da moeda mais valiosa no mundo digital: a atenção.


ESSE PRODUTO CAUSA PERDA DE ATENÇÃO E MEMÓRIA
 “A mera presença do próprio smartphone pode ocupar recursos cognitivos de capacidade limitada, deixando menos recursos disponíveis para outras tarefas e prejudicando o desempenho cognitivo. Os resultados de dois experimentos indicam que, mesmo quando as pessoas têm sucesso em manter a atenção sustentada—como ao evitar a tentação de verificar seus telefones—a mera presença desses dispositivos
reduz a capacidade cognitiva disponível.”
Ward, A. F., Duke, K., Gneezy, A., & Bos, M. W., 2017. Journal of the Association for Consumer Research


ESSE PRODUTO CAUSA POLARIZAÇÃO, APATIA E POTENCIALIZA DISCURSO DE ÓDIO
“Uma pesquisa de Oxford de 22 milhões de tweets mostrou que os usuários do Twitter compartilharam mais “desinformação, polarização e conteúdo conspiratório” do que compartilharam notícias reais.”
He, Q, Turel, O., & Bechara, A., 2017. Nature: Science Reports

ESSE PRODUTO CAUSA DEPRESSÃO E ANSIEDADE
“30% dos jovens de 18 a 44 anos ficam ansiosos se não acessaram o Facebook nas últimas 2 horas.”

Honest Data, 2020.
ESSE PRODUTO CAUSA MUDANÇA DE COMPORTAMENTOS E DEPENDÊNCIA
“Quanto maior for o seu nível de dependência do Facebook, menor será o volume do seu cérebro. Imagens de ressonância magnética do cérebro de usuários do Facebook demonstraram uma redução significativa na massa cinzenta na amígdala correlacionada com seu nível de dependência do Facebook. Essa poda de matéria cerebral é
semelhante ao tipo de morte celular observada
em viciados em cocaína.”

He, Q, Turel, O., & Bechara, A., 2017. Nature: Science Reports
ESSE PRODUTO CAUSA SUICÍDIO E HOMICÍDIO
“66% é o aumento do risco de resultados
relacionados ao suicídio entre meninas
adolescentes que passam mais de
5 horas por dia(vs. 1 hora por dia)
nas redes sociais.”
Twenge, J. M., Joiner, T. E., Rogers, M. L., & Martin, G. N., 2018. Clinical Psychological Science


Esse projeto foi exposto no Museu do Isolamento.









OBRIGADA!






Diga Não às Drogas
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Diga Não às Drogas

Uma crítica às características viciantes das redes sociais.

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